Ozzy Osbourne morre aos 76 anos após última apresentação histórica com o Black Sabbath

O adeus ao Príncipe das Trevas
Ozzy Osbourne, referência absoluta do heavy metal e cofundador do Black Sabbath, morreu em 22 de julho de 2025, aos 76 anos. Seu falecimento foi confirmado por meio de um comunicado da família, que preferiu não divulgar a causa da morte, apenas ressaltando que o artista se despediu "cercado de amor". Para muitos fãs, a notícia soa como um marco: Ozzy não era só um astro, mas um símbolo de rebeldia musical, voz de clássicos e figura central em momentos controversos da cultura pop.
Semanas antes da morte, Ozzy subiu aos palcos pela última vez para um show especial de despedida no Villa Park, estádio do seu coração em Birmingham. Reuniu os antigos companheiros de Black Sabbath — Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward — para uma apresentação emotiva e cheia de nostalgia. Era o fechamento de um ciclo iniciado no fim dos anos 1960, quando a banda lançou discos fundamentais para o gênero, como Paranoid e Master of Reality.
O Black Sabbath redefiniu o que se entendia por música pesada, e Ozzy estava ali no centro, com seus vocais marcantes e presença de palco dominante. Mas o caminho foi turbulento: em 1979, devido ao abuso de substâncias, Ozzy foi demitido da banda. Em vez de sumir, transformou queda em impulso e iniciou carreira solo com acertos históricos como "Crazy Train", parceria emblemática com o guitarrista Randy Rhoads. O sucesso solo só aumentou o mito, misturando peso e uma pegada mais comercial que alcançou públicos muito além do universo do *heavy metal*.
Lutas pessoais, cultura pop e legado eterno
Os últimos anos da vida de Ozzy foram marcados por batalhas difíceis fora dos holofotes. Em 2019 veio o diagnóstico de Parkinson — do tipo progressivo e, como ele mesmo revelou, "devastador". Junto a isso, enfrentou enfisema pulmonar e problemas de mobilidade cada vez mais acentuados. Mesmo assim, persistiu em turnês, apresentando-se muitas vezes em um trono como símbolo da dignidade de quem se recusa a entregar a coroa.
Além dos palcos, Osbourne se tornou uma celebridade global graças ao reality show The Osbournes, exibido entre 2002 e 2005, que mostrava o cotidiano caótico da família ao lado de Sharon, Kelly e Jack. O programa revelou um lado carismático e desbocado, contribuindo para transformar o "Príncipe das Trevas" em figura querida por gerações que talvez nunca tivessem ouvido um álbum do Black Sabbath inteiro.
O Ozzy Osbourne não era só a voz de "Iron Man", "War Pigs" e "Paranoid". Com dois Grammy Awards, uma entrada consagrada no Rock & Roll Hall of Fame em 2006 e infindáveis histórias — como a lendária mordida na cabeça de um morcego em 1982 —, Ozzy transcendeu rótulos e limites de público. Sua trajetória também mistura altos e baixos, abusos, recuperação e uma família atípica que permaneceu unida até o fim. No comunicado da morte, assinado por Sharon, Jack, Kelly, Aimee e Louis, o pedido foi simples: privacidade. Fica impossível não sentir o peso cultural desse adeus e imaginar o vazio deixado na história do rock mundial.