Vale Tudo: quem realmente matou Odete Roitman na versão original?

Vale Tudo: quem realmente matou Odete Roitman na versão original? out, 6 2025

Quando Beatriz Segall, a atriz que eternizou a vilã Odete Roitman, foi morta em cena, TV Globo viu seu Brasil, então em Rio de Janeiro, mergulhar numa febre de especulação que durou onze dias. O crime aconteceu durante a transmissão de Vale TudoBrasil, na noite de 24 de dezembro de 1988, e morte de Odete Roitman virou assunto de mesa, bar e até de apostas clandestinas.

Contexto histórico da trama

Vale Tudo chegou às telas em 1988 como uma crítica ácida ao "jeito brasileiro" de fazer negócios. O elenco era um verdadeiro hall da fama: Glória Pires, Regina Duarte e Antônio Fagundes dividiam os holofotes com Beatriz Segall, que interpretava a implacável socialite.

Desenvolvimento do mistério e reações do público

A cena do homicídio foi filmada de forma que a arma nunca fosse vista e o rosto do atirador permanecesse na penumbra. Imediatamente, famílias se reuniam em frente à TV para tentar adivinhar quem havia puxado o gatilho. TV Globo chegou a abrir um concurso oficial; quase 2,5 milhão de cartas foram enviadas, provando que a curiosidade nacional era quase tão grande quanto a trama em si.

Os candidatos mais votados foram César Ribeiro (Carlos Alberto Riccelli), Marco Aurélio (Reginaldo Faria) e Eugênio (Sérgio Mamberti), que juntos somaram mais de 60 % dos votos. No entanto, apenas 5 % dos participantes apostaram em Cássia Kis, que interpretava Leila, a verdadeira assassina.

Revelação da assassina e consequências

Revelação da assassina e consequências

No 12º episódio, a trama revelou que Leila atirou em Odete por engano, acreditando estar defendendo-se de outro personagem. O anúncio pegou o público de surpresa: a maioria já tinha certeza de que o culpado seria um dos homens de poder. A própria Leila acabou confessando, mas a narrativa da novela optou por não prender a personagem, mantendo‑a solta até o desfecho da saga.

O desfecho gerou um efeito cascata: as casas de apostas, que se proliferaram em bares de São Paulo, Recife e Porto Alegre, tiveram que cancelar milhares de fichas. Mais importante, o caso consolidou a novela como um fenômeno de mídia capaz de mobilizar todo um país – algo que poucos programas conseguiram reproduzir desde então.

Remake de 2025: nova cara para Vale Tudo

Em março de 2025, TV Globo relançou Vale Tudo com uma produção modernizada. A vilã original, Odete Roitman, agora é encarnada por Debora Bloch, enquanto a criadora Manuela Dias garantiu que o assassino da nova versão será diferente.

A expectativa está alta: fãs veteranos ainda lembram da ansiedade de 1988, e a nova geração busca um mistério que faça sentido nos dias atuais, com redes sociais, fake news e o efeito inesperado das plataformas de streaming. Até agora, o roteiro indica que o culpado será alguém da classe média, refletindo a atual discussão sobre desigualdade e justiça.

Impacto cultural e legado

Impacto cultural e legado

O caso Odete Roitman ficou marcado em pesquisas acadêmicas sobre comunicação de massa. Estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro apontam que a novela ajudou a consolidar a prática de "participação interativa" do telespectador, antecedendo os reality shows de votação ao vivo.

Além disso, a história ainda aparece em flashes de novelas contemporâneas como referência ao poder de um plot twist bem executado. O episódio de Natal de 1988 costuma ser reexibido em maratonas nostálgicas, provando que a morte de Odete Roitman ainda tem vida própria.

Perguntas Frequentes

Quem realmente matou Odete Roitman na versão original?

A assassina foi Leila, interpretada por Cássia Kis. Ela disparou contra Odete por engano, acreditando estar defendendo-se de outro personagem.

Como o público participou da investigação?

A TV Globo abriu um concurso oficial; cerca de 2,5 milhões de cartas foram enviadas, e casas de apostas surgiram em todo o país, permitindo que fãs apostassem nas teorias sobre o culpado.

Qual é a diferença entre a versão de 1988 e o remake de 2025?

No remake, a vilã Odete Roitman é interpretada por Debora Bloch e a criadora Manuela Dias prometeu um assassino diferente, adaptado ao contexto social contemporâneo.

Por que o caso ainda é estudado por pesquisadores?

Ele exemplifica a capacidade das novelas de gerar participação ativa do público, antecipando formatos de mídia interativa que se tornariam comuns nas décadas seguintes.

Quais foram os suspeitos mais votados na época?

Os personagens César Ribeiro (Carlos Alberto Riccelli), Marco Aurélio (Reginaldo Faria) e Eugênio (Sérgio Mamberti) lideraram as votações, acumulando mais de 60 % dos palpites enviados.

1 Comment

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    Aline de Vries

    outubro 6, 2025 AT 20:49

    O caso da Odete Roitman vai além de um simples plot twist; ele reflete a forma como a sociedade brasileira lida com o poder e a justiça. Cada voto enviado mostrava o desejo de participação do povo, quase como se fosse uma votação presidencial. Quando a verdade saiu, ficou claro que a narrativa tinha capacidade de unir o país em torno de um mistério. É bonito ver como uma novela pode ser um espelho da vida real, inspirando até reflexões mais profundas. Vc sente que ainda tem esse poder de transformar a opinião coletiva?
    Continuemos a valorizar esses momentos de união e pensamento crítico.

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